A tecnologia tomou conta da vida das pessoas e das empresas, ainda mais com a pandemia da covid-19 — que, em seus primeiros meses, nos obrigou a mudar o relacionamento com pessoas, marcas e empresas. Ou seja, mais tecnologia.

 

Esse cenário trouxe três grandes desafios: como desenvolver e atualizar tecnologia em espaços mais curtos de tempo, como racionalizar os investimentos necessários e, por fim, como equacionar as skills e o contingente de mão de obra especializada para essa finalidade.

 

Diante disso, surgiu também a abordagem low-code ou low-coding, na qual o desenvolvimento de softwares requer menor volume de codificação — e, em aplicativos de baixa complexidade, nem mesmo uma linha de código escrita.

 

Isso é possível com o emprego de algumas plataformas que substituem a programação complexa, demorada e, às vezes, intensiva em mão de obra especialíssima, por interfaces visuais e componentizadas, nas quais você seleciona funcionalidades e processos para construir uma aplicação.

 

Também é importante considerar que não é necessário, ao desenvolvedor, amplo conhecimento de linguagens de programação ou experiência especializada com a inserção manual de código para construir softwares com as mais diversas finalidades. Afinal, na prática o low-code componentiza elementos, processos, capacidades e funcionalidades.

 

ABORDAGENS COMPLEMENTARES

Deve-se observar, no entanto, que tal abordagem não substitui o high code.  Mesmo que suas diferenças pareçam enormes, são conceitos complementares que possuem mais semelhanças do que se imagina. Nesse sentido, pode-se afirmar que o low code é um poderoso aliado para o desenvolvedor high code.

 

VANTAGENS DO LOW-CODE

Não há novidade no apagão de mão de obra pelo qual o mundo todo passa quando o assunto é tecnologia. A dificuldade e/ou morosidade na busca por pessoas-chave para projetos de tecnologia pode inviabilizar projetos em termos de custo e/ou prazo.

 

Tal situação, no entanto, talvez seja a força-motriz que vem impulsionando as plataformas low-code. Sob tal perspectiva, pode-se dizer também que sua adoção, basicamente, vem crescendo porque:

  • Reduz o time-to-market: algumas plataformas são bem avançadas em componentes, e isso faz com que menos tempo seja gasto para a criação de uma aplicação;
  • Possibilita o nível de customização necessário: softwares de prateleira nem sempre se adaptam bem às necessidades da empresa. As plataformas low-code, porém, podem representar o melhor dos dois mundos, uma vez que possibilitam uma certa customização que os softwares prontos não permitem — e há um delta de tempo bem melhor que em processos de codificação.
  • Otimiza o processo de atualização tecnológica e inovação: muitos projetos de inovação esbarram na análise de risco. Ou seja: o tempo e o investimento necessários acabam se tornando impeditivos em face do risco que identificados. Com essas plataformas, todavia, um MVP (produto mínimo viável), por exemplo, sai com muito menos esforço e investimento.

Em resumo: o low-code pode simplificar a adoção ou atualização de tecnologia. Além disso, garante maior velocidade de adoção, melhora o gerenciamento de risco e a acessibilidade à tecnologia.

 

O termo low code, vale ressaltar, foi criado pela Forrester em 2014 para descrever plataformas baseadas em GUI, ou “Graphical User Interface” (Interface Gráfica do Usuário), que são modelos de interface com interação por meio de elementos visuais.

 

INOVAÇÃO É LOW-CODE

O principal motivo para considerar o low-code no mercado é o poder e a velocidade de inovação para empresas que buscam inovar para ganhar competitividade. Deve-se observar, aqui, que a rapidez na construção de aplicativos e novos processos é, atualmente, fundamental para o sucesso ou insucesso de uma empresa.

 

Justamente por isso, o Gartner projeta que, a partir 2025, 65% dos softwares serão desenvolvidos a partir de uma plataforma low-code, que já movimentam algo em torno US$ 14 bilhões ao ano — e deverão ter um crescimento médio de 40% ao ano no mercado.