Criado nos anos 90 por David Kelley, fundador da IDEO (uma das mais famosas empresas de design e criação do planeta), o termo Design Thinking pode ser definido como uma abordagem centrada em pessoas cujo objetivo é solucionar problemas complexos. Trata-se, assim, de reunir diferentes perspectivas a fim de compreender o comportamento, as limitações, dores e necessidades do público-alvo.

Segundo Tim Brown, atual CEO da IDEO, “é uma abordagem centrada em pessoas para a inovação, baseada em ferramentas de design que integram as necessidades das pessoas, as possibilidades tecnológicas, e os requisitos para o sucesso dos negócios.” Em outras palavras, isso significa que, do ponto de vista corporativo, o Design Thinking está diretamente relacionado à inovação. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse conceito cada vez mais utilizado pelo mundo afora?

Aplicações

Existem diferentes maneiras pelas quais o Design Thinking pode ser aplicado. Em empresas e organizações, por exemplo, pode ser utilizado para solucionar problemas de diversas naturezas ou para a elaboração de produtos e serviços inovadores. Vale ressaltar, porém, que isso implica na reformulação da cultura organizacional e na implementação de uma mudança de mindset, na qual os colaboradores e todos os indivíduos envolvidos nesses processos devem desenvolver empatia, assim como espírito de colaboração e cooperação.

Deve-se observar, ainda, que cada empresa conduzirá o processo de acordo com suas características, razão pela qual existem algumas etapas para orientá-lo — como veremos a seguir.

 

Etapas

A metodologia Design Thinking é dividida em 4 etapas, a saber:

Imersão

É a fase em que se procura compreender profundamente o contexto da empresa ou organização. Trata-se, portanto, de um mergulho na cultura organizacional para entendimento dos pontos de vista internos e externos — considerando fatores de mercado e todas as informações que puderem ser reunidas para consolidá-las, a fim de estabelecer conexões com o produto ou serviço em questão.

Ideação

É a produção de ideias a partir do material obtido na primeira fase, com foco nos pontos que precisam ser aprimorados por meio de criatividade. Uma das ferramentas mais utilizadas nessa etapa é o brainstorming, no qual todos podem contribuir, sem julgamentos, a fim de estabelecer um cenário em que as pessoas se sintam à vontade para expor seus pensamentos.

Prototipação

Nesta fase, com base nas melhores ideias obtidas ao longo do processo de ideação (levando em consideração as ideias que possuem mais chances de sucesso), é desenvolvida uma versão de testes do produto ou funcionalidade. O objetivo, aqui, é validar o atendimento, ou não, das expectativas — evitando, assim, gastos desnecessários — por meio de feedbacks que servirão para aperfeiçoar o protótipo.

Desenvolvimento

Ao concluir a prototipação, validar o serviço ou produto junto aos usuários e obter um índice satisfatório de aceitação, é o momento de colocar a ideia em prática, com todos os aprimoramentos, e preparar o go-to-market. Deve-se observar que, nessa fase, é crucial analisar constantemente tal movimentação para identificar eventuais aspectos que podem ser melhorados e agir com rapidez — se for o caso.

Principais ferramentas

Vale ressaltar que algumas ferramentas são extremamente úteis para que seja possível extrair o melhor em cada etapa do Design Thinking. Por exemplo:

  • Mapa de empatia

A partir da colaboração entre equipes para compreender (e, naturalmente, obter insights) na primeira etapa do processo, o objetivo do mapa de empatia é obter respostas para perguntas como:

O que o usuário pensa e sente?

O que ele escuta, vê, fala e faz?

Quais são suas dores?

Quais são seus desejos?

  • Brainstorming

Como vimos há pouco, é uma ferramenta aplicada na etapa de ideação. Porém, para que sua utilização seja bem-sucedida, é essencial que todos os participantes mantenham o foco em uma questão específica — e não façam julgamentos sobre ideias apresentadas. Um brainstorming assertivo e produtivo conta com um responsável por coordenar o processo, oferece auxílio visual para as ideias propostas (post-its, por exemplo) e é organizado de maneira que todos tenham seu momento para falar.

  • MVP (Minimum Viable Product)

A abordagem MVP  é muito útil para a etapa de prototipação e validação das ideias. O objetivo é construir uma versão simples e enxuta do produto — mas que agregue o valor principal com mínima utilização de recursos. Por essa razão, compreender plenamente a proposta de valor é fundamental para colocar tal conceito em prática — assim como uma base de clientes definida a fim de obter a validação necessária.

Competitividade, engajamento e motivação

A abordagem Design Thinking traz grandes vantagens para empresas e organizações — e pode significar um grande diferencial competitivo. Além disso, proporciona ganhos em relação ao engajamento e motivação das equipes, uma vez que o processo envolve diversos funcionários e os incentiva a expressar seus pontos de vista, fazendo com que se sintam ainda mais valorizados. Tal cenário, vale destacar, contribui sobremaneira para aumentar a produtividade da companhia — entre outros benefícios.

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